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Tempo de contribuição pode aumentar

23/08/2011, publicado por

 

O governo quer mudanças no sistema de aposentadoria do brasileiro. Está negociando o apoio das entidades de classe mas ainda não conseguiu um acordo porque a ideia é fazer com que o trabalhador passe mas tempo trabalhando. Ontem o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, um dos negociadores, disse que uma das propostas para substituir o fator previdenciário é aumentar o tempo de contribuição em sete anos para homens e mulheres que forem se aposentar pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Se a proposta for aprovada no Congresso Nacional, o mínimo de contribuições poderá passar de 30 para 37 anos, no caso das mulheres, e para os homens, de 35 para 42 anos. Segundo a Cobap, o governo estuda criar a idade mínima de 60 anos para mulheres e 65 anos para os homens que forem se aposentar ou aplicar o fator 85/95, que concede aposentadoria integral quando a soma da idade com o tempo de contribuição de 85 para mulheres e 95 para homens.

Martins afirma que a Cobap não aceita nenhuma das propostas apresentadas até agora pelo governo. “Queremos o fim do fator e depois negociar uma coisa melhor para quem está na ativa”, diz, acrescentando que o governo não está querendo negociar com as entidades de classe mas sim impor um projeto “inaceitável”. Está prevista uma rodada de negociações sobre esse assunto na próxima quinta-feira, em Brasília, mas ele acredita que não haverá acordo porque o governo quer “empurrar uma proposta”.

Para o presidente da Cobap os trabalhadores da ativa precisam ajudar na luta pelo fim do fator e melhorias para os que se aposentam. “Ficamos revoltados porque as mulheres que foram à Brasília entregar reivindicações à presidente Dilma Rousseff não falaram nada sobre aposentadoria, não pensaram no futuro”, comenta, ressaltando que é preciso que o trabalhador do Brasil se mobilize nessa questão.

O secretário Leonardo Rolim também disse, na audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, na última terça-feira, que o Executivo não trabalha com a hipótese de extinção do fator. “O fim do fator previdenciário, sem colocar nada para substitui-lo, não está em discussão no governo. Isso porque o fator, até hoje, levou a uma economia de R$ 31 bilhões para a Previdência – só em 2011, estimamos R$ 9 bilhões. Não dá para ficar sem esse recurso, ainda mais pensando no longo prazo”, afirmou.

 

Publicado por: Fonte: O Povo Online